quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Quis lhe escrever,
Mas o papel em branco é uma arena,
Um touro.
Eu toureiro ensaiei uns passinhos.
Rabisquei, apaguei.
Reescrevi, desisti, revisei.
E de tanto driblar o touro,
De tanto insistir,
Deixei-me apanhar.
Ajoelhei-me à espera dele,
Ergui a caneta em sinal de revolta.
-Pode vir!
A arquibancada sempre torce pelo touro,
Um coro soou:
-Touro, Touro!
Meu corpo no ar,
A caneta caída.
Foi dia de touro.
Amanha eu não sei.
A arena ainda perde por me esperar.

(Leonardo Schneider)


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