Precisava de você.
Precisava do seu cheiro, seu gosto, seu sexo.
Precisava.
Sua mão me era segura.
Seu abraço me era quente.
Agora já nem sei o que é preciso.
Nem sei se é preciso.
E aprendo contigo, friamente, de que nada dessas coisas são precisas.
Nada desses dengos são questão.
Não.
Tenho muito medo de não mais nada precisar.
De ser o fluxo sem conteúdo.
De apenas compor o colorido,
A melodia.
Dói muito.
Um dia precisei de colo como tudo quanto ama.
Mas acordei chorando.
Sozinho na cama.
Hoje na lama.
Com precisão bruta e frígida
De mandar pra puta que pariu esse meu precisar.
(Leonardo Schneider)