sexta-feira, 12 de julho de 2013


Você na multidão, você é diferente. Embriagava-me seu sorriso de canto de boca. Acho que era o que eu via ou o queria ver, não sei. Talvez, na verdade, fosse só um aceno de cabeça, um consentimento.  A gente cria tanta coisa quando quer ter certeza. Todos temos uma pitada de neurose, essa é a verdade. Mas independente de criações meramente verdadeiras/imaginativas, te ver de longe foi uma nova descoberta. Não sei se por auxílio de luz ou se por raríssimo embelezamento do dia, o certo é que pude lhe ver um tanto diferente, um tanto séria e segura de si mesma. Sei que temos diversas maneiras de nos protegermos, embora, já há muito me despi desses mesmos medos por acreditar que tudo é solidão, senti pela primeira vez sua afável, delicada e sublime, dureza. Claro que somos produtos de nós mesmos, de tudo que nos cerca. Mas esse foi o detalhe que mais gostaria de poder tocar e sentir. Queria saber ao certo o porquê dessa defensiva tão característica da fase juvenil, onde precisamos dos bandos para nos esconder.  Esconder é a palavra central. Onde foi em sua vida que lhe fez mudar essa chavinha tão inútil? Você é muito mais cor do que pode mostrar. Então mulher, estou esperando essa sua mega explosão. 
Com todo carinho do mundo,

Leonardo Schneider