sábado, 27 de junho de 2020


Descobri num relâmpago que a gente sente, sofre e voa.
Eu era pequeno.
Descobri, desde menino, que a gente chora, machuca o joelho e balança.
Que a gente vai.
Há esse sentimento, esse balançar de ir e vir.
A gente dói e ri,
Na gangorra.
Que essa vida balança, sem controle.
E nessas pequenas coisas residem universos,
Encaixam lembranças, acontecimentos.
E cada cadinho de nós mesmos é uma baita seriedade.
A gente ama os cadinhos, a gente aperta até não poder mais.
Abraça o mais forte que pode.
São nossas vidas, nossos detalhes.
Cada qual tem o seu, mas tem.
E eu fico feliz e sigo rasgando textos, devorando papeis.
Sigo com estrelas no peito daqui,
Ao redigir o que sinto.
A tentar entender o teu e o meu mundo.

(Leonardo Schneider)

quinta-feira, 25 de junho de 2020


Talvez.
Talvez eu tenha desejado um troféu,
Talvez eu tenha gerado uma expectativa,
Talvez um turbilhão de acontecimentos,
Talvez.
Um segundo no pote,
Um traço num beijo,
A casa toda montada, num arremate,
Talvez.
Vivenciando essas todas tais possibilidades,
Talvez, sequer questionasse.
Mas esse dito cujo do “tal” e do “vez”
São palavras unidas, em greves e passeatas.
Se ao menos houver tal, que tem vez,
Estarei a ouvir.
Da minha janela, empoeirada.
Daqui a observar, a vez.
E os tais de todas as questões.
Talvez.


(Leonardo Schneider)