sexta-feira, 3 de junho de 2016



Veio de dentro.
Intuiçao de fricção.
O peito ainda digere, 
Devagar é o jeito de mastigarmos direito.
Tu és cauteloso, eu nao.
Te disse com todos os dentes:
Vá! Estrapole! Se foda, foda, foda.
Foda o que sempre ocultaste-te!
Foda o que guardas no escuro de ti!
Bem sei que tu remas no amor.
Erra, acerta, acerta, erra.
São braçadas dos nadadores afogaveis.
Como tu e eu.
De longe te vejo, afastado te leio.
Quis-lhe escrever.
Somente porque despoja-se de si.
És honesto demais pro meu jeito
É onde te vejo, meu amigo.
Admiro e admito.
Porque sentirei saudades.
Daquelas nossas musicas, aquele nosso jeito,
Charutos que um dia fumamos, te lembras?
Anilhas, conversas.
Garrafas que um dia bebemos ou não.
Do dia que ao teu lado perdi o juizo, dizendo: -Tu nao entendes.
Te lembras?
Eras nada, eras o oco
Trouxeste-me a razao num segundo:
-Pra casa, com segurança tu vais! Eu fui.
Eu fui, fugi pela arte.
Sinceras saudades daqueles malditos, perseguidos e ate hoje nao concluidos refrãos
Do que virás depois que partir.
Esse nosso existir da tesão.


Leonardo Schneider