sexta-feira, 16 de setembro de 2016


Minha autofagia vem de cedo.
Dos dedos, das unhas,
Do fundo.
Consumir-se por inteiro é respirar.
Quem sabe cago esse meu eu
Regurgito o que entala.
Não me julgues mal, amor.
Tenho mal do peito.
No fluxo e empuxo.
Desse vem e vai.

(Leonardo Schneider)

quarta-feira, 14 de setembro de 2016



Sigo aflito
Teu olho me segue
Segue?
Grito, breu
Teu e meu vão
Minha boca na tua
movimento
Assim, como gosto
Sonhei
Avancei quando riu
Titubias-te  
Tudo podia, teu e meu
eu sem limites.
Teu seio na boca
Teu sexo na mao.

(Leonardo Schneider)

domingo, 4 de setembro de 2016



Daqui, deste meu corner do ringue, estremeço.
Brancura alemã, do outro lado, calcula.
Me olha, mede pernas gingando.
Pugilista do ensaio que sou,
Arrisco golpes ao vazio.
Gongo, logo me lanço, aquecido.
Guarda aberta, afoito.
O soco.
Vitoria/erro. Que me importa?
Cachorros sem casa adormecem no desmaio.
Lona.
Sonho seguro.
No vazio imbatível da brancura.
Tipo touro, toureiro.
Lençóis vermelhos a abanar.
Os olhos do touro, meus olhos nos dele.
Escrita morta do soco/gancho veio.
Negro.
Inicio dos fins.
Palavras, caneta, verso.
Lancei-me ao ar.
O touro.
O soco.
A brancura.

Do papel, arena.

(Leonardo Schneider)