domingo, 4 de setembro de 2016



Daqui, deste meu corner do ringue, estremeço.
Brancura alemã, do outro lado, calcula.
Me olha, mede pernas gingando.
Pugilista do ensaio que sou,
Arrisco golpes ao vazio.
Gongo, logo me lanço, aquecido.
Guarda aberta, afoito.
O soco.
Vitoria/erro. Que me importa?
Cachorros sem casa adormecem no desmaio.
Lona.
Sonho seguro.
No vazio imbatível da brancura.
Tipo touro, toureiro.
Lençóis vermelhos a abanar.
Os olhos do touro, meus olhos nos dele.
Escrita morta do soco/gancho veio.
Negro.
Inicio dos fins.
Palavras, caneta, verso.
Lancei-me ao ar.
O touro.
O soco.
A brancura.

Do papel, arena.

(Leonardo Schneider)

Nenhum comentário:

Postar um comentário