sexta-feira, 1 de agosto de 2014


Falar sobre você sempre fora tarefa dificílima. Um bloqueio de barricadas. Acho que a culpa vêm de seus olhos.  Não sei bem. Sei que te carrego comigo e, pra mim, isso basta pra uma noite de insônia. Já havia tentado escrever mil vezes um pensamento, uma frase que nos definisse. Nunca passei da terceira palavra. Hoje, não sei por que cargas d’água me senti mais à vontade. Acho que tem a ver com a coragem, talvez a palavra certa seja beleza. Isso!  Hoje têm a ver com a beleza!  E justamente hoje, a beleza que sempre tentei sintetizar, me pegou pelo calcanhar. E ficou tudo tão claro que senti uma enorme vontade escrever. Pois contigo descobri o brilhantismo dos verdadeiros sentimentos. O sublime, o quase raro. Coisa que pra mim, de fato, é o que definem certas almas. Distingue abruptamente o belo do feio. E isso, de certa forma, ajudou-me a constituir-me, devagarzinho, como poeta. Acho que foram as inúmeras e inesquecíveis experiências ao teu lado. Você sempre vibrante, sempre com luzes nas mãos. Esse seu jeito de enfrentar os desatinos da vida entre sorrisos e abraços. Tudo isso fora contribuindo. Eu sempre fiquei a te observar. Sempre ficava calado no cantinho. Prestava atenção nas tuas falas e gestos. E nesse meu posto, aprendi a entender as mulheres. Iniciara-me na arte de ama-las com peito forte, me ensinaste o caminho da verdadeira entrega, dos verdadeiros amores. Hoje, com nossas famílias sempre em edificantes momentos, quando nos juntamos, sinto ainda mais esse seu vibrante pulsar. Sinto ainda mais forte essa tua grandiosidade. Tu que guerreiramente foste de pacinho em pacinho sem olhar para trás, sem se deixar abater. Por certo tivera alguns medos, algumas incertezas. Mas genuinamente arrancastes com as próprias mãos e com o próprio suor os empecilhos que apareciam. Tenho orgulho de você, minha amiga. Tenho a verdadeira estima. E sempre saudade. Pois a felicidade que obtenho ao lhe ver, embriaga-me por completo. A beleza de que lhe falo no inicio, reside nessa nossa jornada de mãos dadas, nos encontros que decididamente escolhemos por antecipação, nesse trilhar infinito de viver. E estaremos, tenho certeza, sempre por perto.
Com todo amor do mundo.

(Leonardo Schneider)