quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Para iletrados


Parto e reparto meu quarto.
Reduto dos dutos de minha cabeça.
à beça me sinto voraz,
Respiro os ais de toda existência.
Fragmento no teto todo pensamento.
Ascendo incensos no apartamento.
Vasculho nos cantos, nas frestas bem sujas.
Qualquer movimento é indício de vento.
Poesia imunda, poesia corcunda.
Endireite sua forma, mesmo que absurda.
Te arrumo no peito,  cataliso seu jeito.
Mas se houver qualquer regra mudamos de assunto.

(Leonardo Schneider)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Desnudo


Escrevo assim sem saber.
Não busco formas, sintaxes, verbos pomposos, adjetivos.
Meu dom de falar sobrepôs aos ouvidos.
Gosto é da letra preta, no papel, gravada, manchada.
Sou a boca fechada atras da palavra.
Busco nos cantos da sala, nas arquiteturas,
nas cores do dia.
Meu recanto, meu refúgio carece de prática.
Sou a suástica e meu próprio regime.
Avante na marcha, minha caneta, meu vasto vazio.

(Leonardo Schneider)


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Diário de quem fica.



Ah, querida wilbinha!!
Que bom que voltaste.
A saudade era tanta
e por mais que eu tentasse
de nada adiantava.
Era tu que faltava!
Procurei pela cidade
Sua sinceridade,
Foi em vão.
Saí pelas praças e bares 
Procurando a nossa amizade,
Pura ilusão.
O seu passo valente e a sua coragem eu nem procurei.
Pois descobri que tinhas levado tudo consigo,
para Bogotá, Machu Picchu ou para Quito.
O mais lindo presente que ja recebi.
Esse gigante universo que, na mala, trouxe para mim.

(Leonardo Schneider)