quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Preciso.

Já não tenho mais palavras, nem forças pra te dizer.
Precisava de você.
Precisava do seu cheiro, seu gosto, seu sexo.
Precisava.
Sua mão me era segura.
Seu abraço me era quente.
Agora já nem sei o que é preciso.
Nem sei se é preciso.
E aprendo contigo, friamente, de que nada dessas coisas são precisas.
Nada desses dengos são questão.
Não.
Tenho muito medo de não mais nada precisar.
De ser o fluxo sem conteúdo.
De apenas compor o colorido,
A melodia.
Dói muito.
Um dia precisei de colo como tudo quanto ama.
Mas acordei chorando.
Sozinho na cama.
Hoje na lama.
Com precisão bruta e frígida
De mandar pra puta que pariu esse meu precisar.

(Leonardo Schneider)

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