Silenciar-se é a maior das fraquezas humanas. Nela gritamos
mais alto do que quem realmente grita. Silenciar-se diante alguém ou fato, é
indiscutivelmente o mais baixo ato, pois quem silencia, age assim, de maneira a
se sentir inconscientemente superior ou infinitamente rebaixado. Somente quem
silencia experimenta tal sensação. O que mais me intriga e o que mais confirma meu
pensamento, é que quem silencia nunca sabe se agiu certo. Não consegue
discernir o tal mecanismo messiânico. A outra face para o tapa. O silêncio
mente, nega, corrompe. O silêncio é o nada. Não há amor ou ódio, muito menos o
falso espírito filantrópico bastante difundido religiosamente. Guardar para si o grito contido,
naturalmente, esta diretamente associado ao não saber o que fazer. Esta
associado às doenças da alma, pois o enfermo que berra, é o que melhora. O
outro é moribundo. Apenas espera, de maneira covarde, o triste fim. O grito é a
libertação, mesmo que acompanhada do arrependimento. Gritar é odiar e amar ao
mesmo tempo. Gritar é se mostrar, é viver o intenso pulsar. Gritamos ao nascer
e essa é nossa maneira de celebrarmos a existência. Então gritemos o mais alto
que pudermos, pois quando as formigas entrarem pela boca, ao menos teremos a extrema certeza
que estávamos de coração aberto.
(Leonardo Schneider)
gritaremos feito vomito.
ResponderExcluir