segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014



Silenciar-se é a maior das fraquezas humanas. Nela gritamos mais alto do que quem realmente grita. Silenciar-se diante alguém ou fato, é indiscutivelmente o mais baixo ato, pois quem silencia, age assim, de maneira a se sentir inconscientemente superior ou infinitamente rebaixado. Somente quem silencia experimenta tal sensação. O que mais me intriga e o que mais confirma meu pensamento, é que quem silencia nunca sabe se agiu certo. Não consegue discernir o tal mecanismo messiânico. A outra face para o tapa. O silêncio mente, nega, corrompe. O silêncio é o nada. Não há amor ou ódio, muito menos o falso espírito filantrópico bastante difundido religiosamente.  Guardar para si o grito contido, naturalmente, esta diretamente associado ao não saber o que fazer. Esta associado às doenças da alma, pois o enfermo que berra, é o que melhora. O outro é moribundo. Apenas espera, de maneira covarde, o triste fim. O grito é a libertação, mesmo que acompanhada do arrependimento. Gritar é odiar e amar ao mesmo tempo. Gritar é se mostrar, é viver o intenso pulsar. Gritamos ao nascer e essa é nossa maneira de celebrarmos a existência. Então gritemos o mais alto que pudermos, pois quando as formigas entrarem pela boca, ao menos teremos a extrema certeza que estávamos de coração aberto.
(Leonardo Schneider)

Um comentário: