quinta-feira, 16 de junho de 2011

Métron, meu caro! Eis o caminho......

Epicuro de Samos (341 - 270 a.C.) foi um filósofo grego do período helenístico. Seu pensamento foi muito difundido em numerosos centros epicuristas que se desenvolveram na Jônia, no Egito e, a partir do século I, em Roma, onde Lucrécio foi seu maior divulgador.



Caros amigos, discutiremos um dos principais propósitos da filosofia de Epicuro: Atingir a felicidade. Mas de que forma isso é possivel?
Epicuro afirmava que o homem , a exemplo dos animais, buscavam afastar-se da dor e aproximar-se do prazer, norteando, de certa forma, o que é bom e o que é ruim. Uma teoria um pouco confundida com o hedonismo. Mas esse prazer que ele fala é um estado mais elevado, um controle sobre as emoções e a quietude da alma. Não se trata, portanto, do prazer imediato, como é desejado pelo homem vulgar; trata-se do prazer refletido, avaliado pela razão, escolhido prudentemente, sabiamente, filosoficamente. É mister dominar os prazeres, e não se deixar por eles dominar; ter a faculdade de gozar e não a necessidade de gozar. A filosofia toda está nesta função prática.  Verdade é que Epicuro mira os prazeres estéticos e intelectuais, como os mais altos prazeres.
Em que consiste, afinal, esse prazer imediato, refletido, racionado? Na satisfação de uma necessidade, na remoção do sofrimento, que nasce de exigências não satisfeitas. O verdadeiro prazer não é positivo, mas negativo, consistindo na ausência do sofrimento, na quietude, na apatia, na insensibilidade, no sono, e na morte. Mas precisamente ainda, Epicuro divide os desejos em naturais e necessários - por exemplo, o instinto da reprodução; não naturais e não necessários - por exemplo, a ambição. O sábio satisfaz os primeiros, quando for preciso, os quais exigem muito pouco e cessam apenas satisfeito; renuncia os segundos, porquanto acarretam fatalmente inquietação e agitação, perturbam a serenidade e a paz; mas ainda renuncia os terceiros, pelos mesmos motivos. Assim, a vida ideal do sábio, do filósofo, que aspira a liberdade e à paz como bens supremos, consistiria na renúncia de inúmeros desejos ; e, por conseguinte, em vigiar-se, no precaver-se contra as surpresas irracionais do sentimento, da emoção, da paixão. Não sofrer no corpo, satisfazendo suas necessidades essenciais, para estar tranqüilo; não ser perturbado no espírito, renunciando a todos os desejos possíveis, visto ser o desejo inimigo do sossego: eis as condições fundamentais da felicidade, que é precisamente liberdade e paz.
Em realidade, Epicuro, se ensina a renúncia, não tem a coragem de ensinar a renúncia aos prazeres positivos espirituais, estéticos e intelectuais, a amizade genial, que representa o ideal supremo na concepção grega da vida.
O mundo e a vida são um espetáculo: melhor, na verdade, é ser espectadores e atores, melhor é conhecer do que agir.

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