segunda-feira, 1 de abril de 2013


Essa noite sonhei contigo, teu cheiro, teu corpo e teu sexo. Você, deitada, sorria feito criança quando faz arte. Sapiente em tua sapequice, eu me jogava em teus braços dourados, mordiscando tua isca. Você esquivava-se querendo, prometendo sorriso a sorriso um pouco mais de terreno. Minha boca avançava casa por casa, e eu no vulcão do desejo, de saliva inundava os buracos e fendas, fazendo a Terra mudar.  Como é bom te sentir em meu sono, pequena. Às vezes me omito, confesso. Não deixo ninguém ver minhas, tão suaves, delícias. Guardo tudo no fundo do armário, deixo empoeirar, criar mofos e traças. Esse é meu jeito. Essa é minha tática. Junto um bocado de desprazer pra depois, com paciência budista, de tantinho em tantinho, melhor devora-la.

(Leonardo Schneider)

Um comentário:

  1. Leo,
    desculpa, to sem email para te mandar. Mas é que vi esse clipe agora e lembrei de voce. Sei la por que cargas d'agua.

    http://www.youtube.com/watch?v=7wL9NUZRZ4I

    e ah, já comentei com voce pessoalmente sobre esse poema, ne? sempre fico me perguntando, tentando descobrir, nas entrelinhas, para quem escreve. se é que escreve para alguem. e acho genial essa subjetividade.

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