quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Flâneur

Noite.
O cruzamento define a paisagem.
Aqueles velhos prédios bem definidos.
Transeuntes, sinais, faixas de pedestre,
Mil bocas falantes.
A cidade.
Os olhos lá.
A calçada, mas os olhos lá.
A mente, ah!
Ela não. Ela lá.
Incrível como nos projetamos.
Mais alguns centésimos passos,
Agora doze.
Olhos nos olhos.
Roubaram-me as vistas.
Mas o foco, o foco!
A mente em desfoque.
Caminhar é assim.
Passada a passada o silencio na bolha.
Nossa bolha.
Nem cheguei ao lugar.
Quase tudo já sei.

(Leonardo Schneider)

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