quinta-feira, 26 de setembro de 2013


Sempre me fora muito àrduo esse processo de deixar minhas digitais em ti. Mas sempre esta à esperar, como se mendigasse meus gestos. Cruel e maliciosa é tua forma carente, colocando-se no papel de vítima. O que queres realmente? Tu que já arrancaste metade de mim, metade de tudo que é meu. Levaste embora consigo meus sorrisos, sortilégios, paixões absolutas, todas as minhas máximas metafisicas. Agora quer minhas linhas digitais em tua pele? Quer um “cuerpo a cuerpo” nos parâmetros de Sade? Já te engoli diversas vezes, rapaz. Principalmente na infância. Recordo-me muito bem do dia em que ousei degustar teu corpo, apenas pela curiosidade de saber qual era o sabor. Sei que também já lhe fiz em pedaços, em bolinhas, mas confesso que foi por raiva, não peço perdão. Hoje quero a redenção. A revanche por ter me tomado por anos, dia após dia. Vou lhe marcar pro resto da vida, meu caro rapaz. Criarei a expressão inapagável, nada ira te salvar. Mas onde foram parar as malditas palavras? Não ria da minha cara, seu filho da puta!! Sua límpida brancura me enoja. A caneta esta em minhas mãos, sua hora vai chegar. Você não perde por esperar.

(Leonardo Schneider)

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